Vamos falar sobre isso: Mulheres, WikiLeaks e manobras políticas

Demorei para escrever sobre o caso, mas tentei me informar mais e consolidar melhor as opiniões sobre o caso Assange, não sobre o vazamento de informações que tem sido promovido pelo WikiLeaks em todo mundo. Na verdade pretendia escrever sobre os motivos que fizeram a Suécia pedir a extradição de Assange: as alegações de estupro que foram praticados em agosto deste ano por Julian Assange.

É óbvio que como feminista o repúdio a qualquer ato de violência contra a mulher seja ela física ou psicológica é base da minha formação, porém por compreender que o feminismo também é um movimento político não se pode negar o que acontece hoje na conjuntura mundial e como estes dois casos denunciados contra Assange ressurgem das cinzas.

Ora, Michael Moore em sua carta bem colocou a quantidade exorbitante de casos de estupros não investigados na Suécia, é dever do estado sueco em investigar todos os casos de violência sexual que foram denunciados ali e que sejam feitos sem protelação, coisa que a Suécia, Dinamarca, Finlândia e Noruega segundo a Anistia Internacional se recusam a fazer de forma séria.

A Anistitia Internacional analisou os furos nas leis, procedimentos e práticas que visam investigar e proteger as vítimas de violência sexual e em seu relatório sobre estupro e direitos humanos nos países nórdicos chega a conclusão de que estes países não dão prosseguimento as denúncias. Moore em sua carta ao governo sueco cita informação dada por Katrin Axelsson da organização Mulheres Contra o Estupro, na qual ela afirma que: “No dia 23 de abril deste ano, Carina Hägg e Nalin Pekgul, respectivamente membro do Congresso Nacional e líder das Mulheres sócio-democratas na Suécia, escreveram no Göteborgs (jornal sueco) que até 90% de todos os casos denunciados de estupros no país nunca são julgados”.

Ora, em meio a tantos boicotes ao WikiLeaks e ao próprio Julian Assange soa no mínimo contraditório o governo sueco dar celeridade a apenas estas 2 denúncias de abuso sexual e deixar na gaveta o resto é no mínimo estranho e nisso concordo em diversas coisas que a Naomi Wolf  falou no Democracy NOW! de que a volta destes processos tem sim relação política com o caso de vazamentos promovidos pelo WikiLeaks e vincular as alegações de abuso sexual a esta questão do boicote ao WikiLeaks que os EUA vem promovendo desde o começo da ação é de um desserviço para a luta feminista.

Sim, por que se utilizar de tal ferramenta com motivos políticos sem a sustentação da própria investigação promovida pela polícia sueca é instrumentalizar os direitos das mulheres da forma mais sórdida e cruel, não há outras palavras. A polícia sueca havia investigado e retirado o pedido de prisão de Assange, ainda lá no começo do 2º semestre deste ano e cada vez mais o que surge no caso é deveras contraditório.

Se por um lado tal instrumentalização é ruim por que acaba criando uma casta dentro dos processos de investigação contra crimes sexuais, ou seja, aqueles casos que politicamente são interessantes vamos atrás e apuramos até o último fiapo de cabelo e os que são “apenas” crimes sexuais deixamos ali mofando sem data para serem julgados.

Há também o surgimento da necessidade de discutir experiências a cerca de crimes sexuais na Suécia, a jornalista Johana Koljonen iniciou pela internet o debate utilizando a tag #prataomdet (em inglês #talkaboutit). Por enquanto a iniciativa visa apenas a abrir espaço para se falar sobre o tema, ainda não foi criado nenhum tipo de organismo que pressione o governo sueco para que dê celeridade aos processos encalhados na justiça do país, seria louvável que isso acontecesse, para que a luta pelos direitos das mulheres e contra a violência sexual não se tornasse novamente um joguete nas mãos dos políticos.

Michael Moore proibido em Cuba, ou como manter a moral do governo estado-unidense em alta

Re-publicado no Maria Frô texto do Michael Moore sobre os telegramas vazados pelo WikiLeaks que falam sobre Sicko e Cuba, é belo ver como a manipulação da informação se dá para além da grande mídia e como a grande mída compra discursos sem ao menos apurar as informações com um pouco mais de responsabilidade.

Em tempo, as informações sobre o Brasil obtidas pelo WikiLeaks estão sendo disponibilizadas pela repórter Natalia Viana em parceria com o site da CartaCapital, quem ler as reportagens dela sobre os telegramas referentes ao nosso país é só ler aqui.

Viva WikiLeaks! Sicko não foi proibido em Cuba

Por: Michael Moore, OpenMike

18/12/ 2010

WikiLeaks ontem fez uma coisa incrível: lançou um telegrama sigiloso do Departamento de Estado que trata, em parte, de mim e do meu filme Sicko.

É espantoso olhar a natureza orwelliana dos burocratas do Estado, que torcem mentiras e tentam recriar a realidade (presumo que para agradar a seus chefes e dizer-lhes o que eles querem ouvir).

A data é 31 de janeiro de 2008. Poucos dias depois de Sicko ser indicado ao Oscar de Melhor Documentário. Isso deve ter deixado alguém quicando no Departamento de Estado de Bush (seu Departamento do Tesouro já tinha me notificado de que investigava as leis porventura quebrei ao levar três socorristas do 11/09 a Cuba para receberem os cuidados de saúde que lhes foram negados nos Estados Unidos).

Wendell Potter, ex-executivo de seguradora de saúde, revelou recentemente que essa indústria – a qual decidiu gastar milhões para me perseguir e, se necessário, “jogar Michael Moore de um penhasco” – trabalhou com anticastristas cubanos em Miami para difamar meu filme.

Assim, em 31 de janeiro de 2008 um funcionário do Departamento de Estado em Havana inventou uma história e enviou-a à sede em Washington. Veja o que eles inventaram:

(…) afirmou que as autoridades cubanas proibiram o documentário de Michael Moore, Sicko, por ser subversivo. Embora a intenção do filme seja desacreditar o sistema de saúde dos EUA, destacando a excelência do sistema cubano, disse que o regime sabe que o filme é um mito e não quer arriscar uma reação popular, mostrando aos cubanos facilidades que claramente não estão disponíveis para a grande maioria deles.

Soa convincente, hein? Há apenas um problema: Sicko tinha acabado de passar em cinemas cubanos. E a nação inteira de Cuba viu o filme na televisão nacional em 25 de abril de 2008! Os cubanos abraçaram tanto o filme que se tornou uma das raras fitas americanas distribuídas nos cinemas de Cuba. Eu, pessoalmente, garanto que uma cópia de 35 mm ficou com o Instituto de Cinema de Havana. Houve sessões de Sicko em cidades de todo o país.

Mas o telegrama secreto disse que os cubanos foram proibidos de ver o meu filme. Hmmm.

Sabemos também de outro documento secreto dos EUA dizendo que “o desencanto das massas [em Cuba] se espalhou por todas as províncias”, e que “toda a província de Oriente está fervendo de ódio” pelo regime de Castro. Há uma rebelião subterrânea enorme, e “trabalhadores dão todo o apoio que podem”, todos envolvidos na “sabotagem sutil” contra o governo. O moral é horrível em todos os ramos das forças armadas e, em caso de guerra, o exército “não vai lutar”. Uau! Este telegrama é quente!

Naturalmente, este cabo secreto dos EUA é de 31 de março de 1961, três semanas antes de Cuba chutar nosso traseiro na Baía dos Porcos.

O governo dos EUA tem passado estes documentos “secretos” a si mesmo nos últimos 50 anos, explicando nos mínimos detalhes como as coisas estão horríveis em Cuba e como os cubanos estão discretamente ansiosos pela nossa volta para assumir o controle. Não sei por que escrevemos estes telegramas, imagino que apenas nos façam sentir melhores. (Qualquer curioso pode encontrar um museu inteiro de desejos esperançosos dos EUA no site do National Security Archive).

Então o que fazer com um telegrama “secreto” falso, especialmente um que envolva você e seu filme? Bem, você espera que um jornal competente investigue a mensagem e grite sua descoberta do alto do telhado.

Mas WikiLeaks ontem enviou o telegrama sobre o caso Sicko em Cuba à mídia – e o que ela fez com ele? Divulgou como se fosse verdadeiro! Eis a manchete no Guardian:

WikiLeaks: Cuba proibiu Sicko por mostrar sistema de saúde “místico”

Autoridades temeram que o lindo hospital mostrado no filme de Michael Moore, indicado ao Oscar, provocasse revolta popular.

E nem uma centelha de investigação para ver se Cuba tinha realmente proibido o filme! De fato, exatamente o oposto. A imprensa de direita passou o dia informando uma mentira (Andy Levy, da Fox – duas vezes –, Reason Magazine,Spectator e Hot Air, mais uma série de blogs). Infelizmente, mesmo BoingBoinge meus amigos da Nation escreveram a respeito sem ceticismo. Então você tem WikiLeaks, que se expôs para encontrar e divulgar esses telegramas à imprensa – e os jornalistas tradicionais mais uma vez têm preguiça de levantar um dedo e clicar no mouse para entrar no Nexis ou pesquisar no Google e ver se realmente Cuba “proibiu o filme”. Se ao menos UM repórter o fizesse teria encontrado:

16 junho de 2007 sábado 01:41 GMT [sete meses antes do telegrama falso]

TÍTULO: Ministro da Saúde cubano diz que Sicko, de Moore, mostra “valores humanos” do regime comunista

BYLINE: Por ANDREA RODRIGUEZ, da Associated Press

Dateline: HAVANA

O ministro da Saúde de Cuba, José Ramón Balaguer, afirmou hoje queSicko, do documentarista americano Michael Moore, destaca os valores humanos do governo comunista da ilha (…) “Não pode haver nenhuma dúvida, este documentário de uma personalidade como o senhor Michael Moore ajuda a promover os princípios profundamente humanos da sociedade cubana.”

Ou que tal esta pequena notícia de 25 de abril de 2008 do site CubaSi.Cu(tradução do Google):

Sicko estreia in Cuba

25/4/2008

The documentary Sicko, the U.S. filmmaker Michael Moore, which deals about the deplorable state of American health care system will be released today at 5:50 pm, for the space Cubavision Roundtable and the Education Channel. (O documentário Sicko, do cineasta Michael Moore, que trata do deplorável estado do sistema de saúde americano, será apresentado hoje às 17h30 na Mesa Redonda de Cubavisión e no Canal Educativo.

E tem este, da Juventudrebelde.cu (tradução do Google). Ou esta análise cubana (tradução do Google). Há até mesmo um longo fragmento de Sicko (o trecho sobre Cuba) na homepage do site Mesa-Redonda em CubaSi.cu website!

OK, então sabemos que a mídia é preguiçosa e falha a maior parte do tempo. Mas o maior problema aqui é que nosso governo parecia ser conivente com a indústria de seguros de saúde para destruir um filme que poderia ter ajudado a trazer o que os cubanos já têm em seu país pobre de terceiro mundo: saúde pública universal e gratuita. Porque eles têm e nós não, Cuba apresenta taxa de mortalidade infantil menor do que a nossa, sua expectativa de vida é apenas sete meses mais curta do que a nossa e, de acordo com a OMS, está apenasdois lugares atrás do país mais rico do planeta no ranking da qualidade dos serviços de saúde.

Essa é a matéria, grande mídia e direitistas do ódio.

Agora que você já foi apresentado aos fatos, o que você vai fazer sobre isso? Vai me atacar por ter exibido meu filme na televisão estatal cubana? Ou vai me atacar por não ter exibido meu filme na televisão estatal cubana?

Você tem que escolher um, não pode ser ambos.

E como os fatos mostram que o filme foi exibido na TV estatal e nos cinemas, acho que o melhor é vocês me atacarem porque meu filme passou em Cuba.

Viva WikiLeaks!

***

Michael Moore não menciona no texto, mas a CBS também divulgou a notícia sem apurar: Katie Couric (CBSNews): Reportamos ontem [17/12] que Cuba proibiu Sicko, de Michael Moore, porque o documentário mostraria um sistema de saúde tão bom que faria o povo cubano rir ou ficar zangado – era o que dizia telegrama do Depto. de Estado liberado por Wikileaks e publicado pelo Guardian. Agora [18/12], Moore (um dos maiores financiadores de Assange) divulgou longo desmentido. Ele afirma que ”toda a nação cubana viu o filme na TV nacional em 25 de abril de 2008!” Os cubanos abraçaram o filme de tal modo que se tornou uma das raras fitas americanas exibidas nos cinemas do país”. Ele conclui: “Acho melhor vocês me atacarem pelo fato de que meus filmes passam em Cuba! Viva WikiLeaks!” (via The Nation) (N.T.)

Petição do Avaaz pela defesa do WikiLeaks, selo em apoio ao Assange e divulgação do ato pela liberdade dele

Segue o texto da petição do Avaaz, o selo em apoio ao Assange e divulgação do ato pela liberdade dele

 


Caros amigos,

A campanha de intimidação massiva contra o WikiLeaks está assustando defensores da mídia livre do mundo todo.

Advogados peritos estão dizendo que o WikiLeaks provavelmente não violou nenhuma lei. Mas mesmo assim políticos dos EUA de alto escalão estão chamando o site de grupo terrorista e comentaristas estão pedindo o assassinato de sua equipe. O site vem sofrendo ataques fortes de países e empresas, porém o WikiLeaks só publica informações passadas por delatores. Eles trabalham com os principais jornais (NY Times, Guardian, Spiegel) para cuidadosamente selecionar as informações que eles publicam.

A intimidação extra judicial é um ataque à democracia. Nós precisamos de uma manifestação publica pela liberdade de expressão e de imprensa. Assine a petição pelo fim dos ataques e depois encaminhe este email para todo mundo – vamos conseguir 1 milhão de vozes e publicar anúncios de página inteira em jornais dos EUA esta semana!

http://www.avaaz.org/po/wikileaks_petition/97.php?cl_tta_sign=a9f0a4db7786b2f35a4eda6fea878d16

O WikiLeaks não age sozinho – eles trabalham em parceria com os principais jornais do mundo (NY Times, Guardian, Der Spiegel, etc) para cuidadosamente revisar 250.000 telegramas (cabos) diplomáticos dos EUA, removendo qualquer informação que seja irresponsável publicar. Somente 800 cabos foram publicados até agora. No passado, a WikiLeaks expôs tortura, assassinato de civis inocentes no Iraque e Afeganistão pelo governo, e corrupção corporativa.

O governo dos EUA está usando todas as vias legais para impedir novas publicações de documentos, porém leis democráticas protegem a liberdade de imprensa. Os EUA e outros governos podem não gostar das leis que protegem a nossa liberdade de expressão, mas é justamente por isso que elas são importantes e porque somente um processo democrático pode alterá-las.

Algumas pessoas podem discordar se o WikiLeaks e seus grandes jornais parceiros estão publicando mais informações que o público deveria ver, se ele compromete a confidencialidade diplomática, ou se o seu fundador Julian Assange é um herói ou vilão. Porém nada disso justifica uma campanha agressiva de governos e empresas para silenciar um canal midiático legal. Clique abaixo para se juntar ao chamado contra a perseguição:

http://www.avaaz.org/po/wikileaks_petition/97.php?cl_tta_sign=a9f0a4db7786b2f35a4eda6fea878d16

Você já se perguntou porque a mídia raramente publica as histórias completas do que acontece nos bastidores? Por que quando o fazem, governos reagem de forma agressiva, Nestas horas, depende do público defender os direitos democráticos de liberdade de imprensa e de expressão. Nunca houve um momento tão necessário de agirmos como agora.

Com esperança,

Ricken, Emma, Alex, Alice, Maria Paz e toda a equipe da Avaaz

Fontes:

Fundador do site WikiLeaks é preso em Londres:
http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/fundador+do+site+wikileaks+e+preso+em+londres/n1237852973735.html

Hackers lançam ataques em resposta a bloqueio de dinheiro do Wikileaks:
http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5g5_1RyqwzqqSdcdkuXSkRwc3OCbA?docId=CNG.3ee5f70f5e1bc38f749f897810be5a31.6a1

Conheça o homem por trás do site que revelou documentos secretos americanos:
http://www.correio24horas.com.br/noticias/detalhes/detalhes-1/artigo/conheca-a-historia-do-site-que-revelou-documentos-secretos-americanos/

Atualizado às 23h35

Os de ontem, mas os de hoje também

Começou ontem o seminário “Encarceramento em massa: símbolo do Estado Penal” organizado pelo Tribunal Popular e sediado no salão nobre da Faculdade de Direito da USP, aka SanFran, no mesmo dia acontecia na Câmara dos Vereadores de São Paulo homenagem à Eduardo Leite, conhecido como Bacuri e que recebeu o título de cidadão paulistano 40 anos após a sua morte nos porões da ditadura. Parecem coisas distintas, porém não o são, na verdade a luta pelos desaparecidos de ontem é a mesma da dos desaparecidos de hoje.

O Brasil foi o único país da América Latina, se não me engano, que não abriu os arquivos da ditadura militar, gosto quando o Leon fala que não há como uma nação prosseguir em diversas discussões e ações se não elucida os acontecimentos de tão dantesca época. Neste país ainda há 144 desaparecidos oriundos da época da ditadura militar, são filhas, pais, sobrinhas, irmãos que até hoje não sabem onde estão os corpos de seus entes queridos, que não puderam passar pelo doloroso processo do luto, mas foram punidos pela cruel certeza de que os militares deram cabo de seus amores.

Não foi o caso de Eduardo Leite, sua morte foi noticiada no jornal Folha da Tarde do mesmo grupo da Folha de São Paulo e ele chegou a ver a manchete do jornal antes de morrer. “Bacuri” era militante da VAR-PALMARES e passou 109 dias preso nos porões da ditadura militar, nunca conheceu a filha e o corpo entregue a família desmentia de forma voraz a versão oficial de que ele teria morrido em meio a um tiroteio, pelo corpo de “Bacuri” havia queimaduras, dentes arrancados, olhos vazados… Indícios fortíssimos da tortura mais vil. O percurso dos últimos dias de “Bacuri” pode ser lido aqui.

Àquela época sabíamos viver em um estado de exceção, não era um embuste de estado democrático de direito onde ações militarizadas são vistas com bons olhos e aplaudidas de pé. Não há como não relacionar os acontecimentos do passado com os acontecimentos do presente e ontem durante a abertura do Tribunal Popular foi muito bem lembrado que dentre os documentos vazados pelo WikiLeaks estão telegramas que falam sobre usar as estratégias de ocupação militar utilizadas no Iraque e Afeganistão no Rio de Janeiro.

Há uma facistização da classe média brasileira e vimos isso durante as eleições e agora com as ações no Rio de Janeiro, é bom resgatarmos que hoje quem é morto e torturado não são os militantes políticos, mas a população mais pauperizada. São pessoas que vivem sim em um estado de exceção clandestino, sem direito a nem escolher quais músicas irão tocar nas festas de aniversário em comunidades ocupadas pelas UPPs.

É importante fazermos uma reflexão profunda do que vai significar o Brasil ser sede das Olimpíadas e da Copa, pois agredido que não queremos um processo de limpeza social e étnica à jato nos próximos anos, como aconteceu em diversos países que sediaram estes eventos, e muito menos não creio que queiramos ter mais um grupo de familiares de pessoas e desaparecidas sem obter respostas sobre o que aconteceu com seus entes queridos e quando poderão, ou não, vê-los novamente.

Eduardo Leite, Bacuri, PRESENTE!

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